O filme adaptado do livro de Cho Hae Jin lançado em 2011, Meu Nome é Loh Kiwan é um dos filmes coreanos mais incríveis de 2024. Dirigido por Kim Hee Jin, Meu Nome é Loh Kiwan é algo que vale a pena.

Sua história é contada de maneira cativante e comovente, gira em torno do tema da identidade e da situação difícil dos refugiados em todos os lugares. Provar que alguém vem de um país sem liberdades civis pode ser uma proposta complicada, sem falar no fato de que o personagem principal, que é norte-coreano, não fala nenhuma das línguas da Bélgica e nem muito menos o Inglês.

A narrativa de Meu Nome é Loh Kiwan reflete a de muitos que procuram conforto, ou um lar em várias partes do mundo. A história de sofrimento de Loh Kiwan e sua força de vontade para fugir de seu país para morar em um país estrangeiro. A xenofobia quotidiana, o ódio e a intolerância são coisas com que devemos lutar todos os dias.

Loh Kiwan e sua mãe são imigrantes ilegais na China após fugirem da Coreia do Norte. Ambos passam a enfrentar uma luta diária e eles são forçados a manter suas identidades em segredo para evitar a prisão ou até mesmo a deportação, o mais temido pelos dois.

Enquanto sua mãe possui um emprego de salário mínimo em um restaurante local para sustentar os dois, Loh Kiwan enfrentou problemas com as autoridades, que estão à procura dele.

Assim, a sua mãe assume o fardo, pois ele deve se manter discreto. É uma situação altamente perigosa. Sentindo-se culpado por ter feito sua mãe passar por tantas coisas, ele toma uma decisão impulsiva de acompanhá-la de volta no frio após o turno dela. Mas a sorte não poderia ser pior para eles, já que a polícia está no restaurante fazendo perguntas sobre ele.

A premissa de Meu Nome é Loh Kiwan é muito comovente. Isto é pelo fato de Loh Kiwan ser um jovem extremamente honesto, gentil, com um coração enorme. No entanto, as pessoas à sua volta não são justas com ele.

Nosso personagem principal é muito bom e Song Joong Ki conseguiu fazer muito bem este papel. De fato, Loh Kiwan merece ser elogiado por sua inocência e consciência quase infantis.

Meu Nome é Loh Kiwan aborda com cuidado histórias de personagens muito bem elaborados. As amizades que Loh Kiwan faz são um destaque. Marie perdeu a mãe em circunstâncias bastante dolorosas. Uma talentosa atiradora de nível olímpico, ela trabalha para um chefe da máfia local que administra um esconderijo de tiro ilegal e subterrâneo.

Marie participa de competições de tiro e ainda há Seon Ju (Lee Sang Hee), colega de trabalho coreano-chinês de Loh Kiwan no frigorífico, que cuida dele. Este trabalho do outro lado do mundo financia as cirurgias cerebrais de sua filha mais nova em seu país.

É tudo um pouco triste, mas é muito fiel à vida. A existência de refugiados pode ser melhor do que os horrores dos quais escaparam, mas apenas por pouco. Cada passagem é muito intensa em Meu Nome é Loh Kiwan, o que torna quase impecável e você se vê forçado a fazer uma pausa, respirar fundo.

Na primeira metade do filme podemos ver constrastes interessantes, pois mostra os conflitos centrais da trama. Visualmente, existe uma dualidade entre a miséria vivia por Kiwan e a cidade totalmente limpa e bem cuidada em que ele mora. 

Até o banheiro público onde ele dorme é bastante limpa, o que contrapõe a discrepância entre a riqueza do país e a sua própria pobreza. Esse realismo oferece um peso emocional à história. O fato de Loh Kiwan morar em um banheiro público e comer restos para sobreviver é realmente triste.

Sem teto, incapaz de comunicar em qualquer uma das línguas locais e espancado na rua por um grupo de irmãos belgas, ele está prestes a morrer de frio quando entra numa lavandaria adormece, abraçado ao calor de uma roupas secas.

É aqui que ele conhece a heroína do filme, Mari interpretada por Choi Sung Eun, quando ela rouba sua carteira com todo seu dinheiro. Mari tem seus próprios problemas, envolvendo um submundo do crime, vício em drogas e uma dívida enorme com alguns homens assassinos. É por esses motivos que ela rouba Kiwan, e quando ele tenta recuperar o dinheiro, ela não consegue devolvê-lo porque já o entregou aos bandidos para pagar sua dívida.

Houveram muitas críticas ao romance acrescentado em Meu Nome é Loh Kiwan. No decorrer da história, a personagem Mari e Kiwan se apaixonam. Ele é honesto e íntegro, com poucos recursos, enquanto ela é uma ladra, moralmente questionável e de família de classe média alta.

Quando os dois se apaixonam parece um pouco fora do roteiron e dispersa da história anterior sobre refugiados. No fundo, o desejo de Kiwan é honrar sua mãe mantendo-se vivo. E além de não ser assassinado, outra parte de permanecer vivo é encontrar uma razão significativa para viver – então, faz sentido para mim que ele esteja procurando por amor. A desorganização não vem do relacionamento em si, mas do lado da história de Mari ser absurdamente exagerada.

No fim pode haver uma verdade muito maior sobre lutar pela sobrevivência e pela segurança. O título do filme alude à ideia de que Loh Kiwan deseja poder usar seu nome verdadeiro, não o escrito em seu passaporte falso ou um nome dado a ele em um país estrangeiro. Ele quer ser ele mesmo, e a questão pode ser onde ou com quem ele pode fazer isso melhor.

Há diversos bons momentos para dar atenção em Meu Nome é Loh Kiwan e o tempo passa rápido enquanto vemos o filme. De fato, vale muito a pena assistir ao filme, que tem chamado a atenção não apenas pela sua história, mas também pelo seu elenco principal.